Nos dias de hoje vivenciamos um momento em que os Técnico Administrativos das IFES estão paralisados, são trabalhadores de 47 Universidades na luta cotidiana, muitas delas desde o dia 06 de junho lutando por melhorias salariais e aprimoramento do Plano de Carreira. O governo Dilma aposta no fracasso da greve dos trabalhadores e na imposição de seu ajuste fiscal, já delimitado no corte de 50 bilhões que já afetou as Universidades em cortes de vagas por concurso público, reajuste zero para os servidores em 2011 e agora ameaças de redução de direitos conquistados.
Na contramão da democracia participativa, os gestores da UFPE para viabilizar adesão ao Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), recebendo do governo federal algo em torno de 8 milhões de reais, impõem à comunidade a implementação de uma Emergência no HC, sem discutir racionalmente as implicações de cada decisão que tomam com a comunidade universitária. Recursos para melhoria da Saúde e Educação serão sempre bem vindos, contudo a comunidade quer saber como serão aplicado, de que forma dar-se-á a Reestruturação do Hospital das Clinicas da UFPE. Qual o diagnóstico, os prognósticos, onde e quais foram ou serão aplicados os recursos, quais as metas prioritárias, quais demandas devem ser planejadas, qual de fato deve ser o montante de recursos para a melhoria do HC e sua funcionalidade com qualidade? O atual montante realmente atende a Reestruturação consistente do HC? Qual foi o Pacto Global firmado entre o HC e o MEC para adesão, conforme PORTARIA INTERMINISTERIAL No 883, DE 5 DE JULHO DE 2010? Ou no final das contas haverá apenas uma política de implementação de uma Emergência, que estão construindo do antigo SPA (Serviço de Pronto Atendimento), para firmar acreditação hospitalar, exigida pelo inciso II do Art. 7º da referida Portaria?
O HC nunca na sua história passou por uma crise de sucateamento tão profunda. Sua administração, formada por gestores que fracassaram quando geriram o Hospital da Restauração, parece que foram escolhidos a dedo para desmontar o que é público e instaurar um “salvador modelo privado”. A Gestão se apóia na pressão sobre os trabalhadores, no assédio moral e no anti-diálogo com a imposição vertical de “sua racionalidade”.
Enquanto os movimentos sociais lutavam para derrotar a MP520, o Governo Dilma, vai firmando sua política de corte dos gastos públicos, proibindo concursos públicos para atingir suas metas fiscais, com fins de garantir aos banqueiros o pagamento da dívida interna gigantesca, herança do seu padrinho Lula. Com isso, afirmamos que o famigerado Rehuf é uma política perversa de transição para as Fundações Estatais, pois a MP 520 não vingou por sua queda no Senado. Ainda, é bom lembrar que Dilma está criando novo projeto para substituí-la e também prepara outros projetos de alterações na Lei do SUS – 8080/90, tornando-a mais flexível à iniciativa privada para tomar conta dos Hospitais Universitários.
O que eles chamam de reforma?
Seria a transferência do SAME (Serviço de Arquivo Médico) para o corredor onde funcionava o rol de espera dos pacientes (que agora são os clientes) das clínicas diferenciadas como Puericultura, Ginecologia, Neurologia e Psiquiatria? Ou o aumento da carga horária na escala dos plantonistas? O tratamento diferenciado dado a alguns que podem e outros não podem fazer suas refeições no Refeitório do HC? Estaria na “Reforma” a questão das rachaduras nas paredes, a mudança dos elevadores que oferecem risco constante aos trabalhadores, usuários e alunos? A manutenção das placas das paredes do prédio que despencam do 11° Andar, pondo em risco a todos? A incompetência da Gestão chega a ser grotesca, nem mesmo a manutenção para reposição existe. Vejam os banheiros dos pacientes sem trincos nas portas, descargas não funcionam e o odor invade os corredores. Sem falar dos banheiros dos servidores, da situação humilhante que colocaram para os trabalhadores dos Núcleos de Apoios Administrativo (NAA), sem água potável e banheiros porque estão fechados a espera de manutenção que nunca acontece.
Agora voltemos ao caso do HC da UFPE e o Rehuf. Enquanto se investe os milhões do REUHF na construção de uma emergência, míngua-se a manutenção do prédio, precariza-se as condições de trabalho e dos pacientes. Hoje os enfermeiros das Alas Norte e Sul trabalham em corredores no escuro, as lâmpadas que se queimam não são repostas, aparelhos de exames passam anos sem ser concertados, como é o caso da mamografia, os banheiros são imundos, injustificável para o ambiente hospitalar. São muitos os relatos de Enfermeiros que compram lâmpadas para poderem trabalhar, inclusive para durante o período noturno puncionar as veias dos pacientes fazem deslocamento deste dos leitos para baixo das poucas luzes acesas nos corredores. Há caso de Copeiras que compram jarras para servirem o chá e a água para os pacientes. Muitas com problemas laborais por empurrarem carrinhos com mais de 25 anos de uso, enferrujados e fora dos padrões ergométricos. A escassez de pessoal é extrema, e propostas desumanas para os trabalhadores receberem APH (Adicional de Plantão Hospitalar) se fizerem uma jornada de trabalho de 17 horas/dia, das 07:00 às 24:00h, esta foi a proposta esdrúxula apresentada ao Fisioterapeutas. E, nem se fale das condições que está o SAME. O HC passa pela sua pior crise de gestão. Inclusive foi exigido máscaras e luvas para o pessoal do SAME que trabalham com prontuários que transitam por todo ambiente hospitalar. Onde está a implantação das 30 horas semanais prometida no período da eleição para reitor? Sem falar dos bazares para levantarem fundos para manter a Enfermaria de Pediatria. Parabéns aos voluntários pela iniciativa, que trabalham nos ambulatórios que faltam equipamentos primários como tesouras e esparadrapos. mas vergonha para a Direção pela incompetência administrativa.
Para piorar a situação de risco cotidiano de infecção hospitalar, os “planejadores do HC” colocaram calhas externas nos corredores das Alas de enfermarias, que além da existência de teto em péssima situação de manutenção, cria-se mais um abrigo de acúmulo de poeira para as colônias de bactérias, e acima do forro os ratos e timbus fazem seus abrigos. Pasmem!!!
Agora imaginem o HC com a emergência? Perguntamos: onde estão os recursos do Rehuf para o HC, e como estão sendo aplicados? Que gestão democrática é essa que não se consulta a comunidade? Até quando a incompetência gerencial vai perdurar? Queremos tão somente transparência e competência gerencial, para um HC com prestação de serviços de qualidade, com o Artigo 207 da CF88!
Mas para acabar com tudo isso, defendemos que os trabalhadores do HC somem num movimento forte com a greve nacional, que seja levantada a pauta interna e as mudanças aconteçam com a força do movimento. Só a unidade dos trabalhadores nessa luta poderá resolver tal situação.
Todos para a Assembleia do dia 08/07, às 09:00h – Anfiteatro I do HC.
Vamos lutar até a vitória.
Everaldo Araújo
Assistente Administrativo
Representante dos Técnico Administrativo no Conselho Universitário - UFPE
Acho que o pessoal do HC só vai se movimentar se barrarem a entrada.
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